Desculpa, Ferreira!











Não me despeço eu sei porquê
Disperso em mim, está você.
Tanto amor você deixou espalhado
Dentro das mucosas venenosas da poesia;
Seu doce tóxico verso que me abala o coração,
Que não deixa meus olhos mentirem a cor,
Não pode ser negro. Não pode ser luto.
Não sei estar negro perante tua ausência,
Mesmo porque nunca foi negra a tua presença.

Reparo os brancos cabelos e tua alma tão branca,
Como uma nuvem abraçando-te em um doce dezembro;
E não vejo dor nenhuma, só um prazer, que ora é salgado,
De ter tropeçado em suas palavras,
De ter sido jogado no ventre de teus versos,
No limbo de tua eterna e juvenil doçura.
Desculpa, não me despeço. Não sei dizer.
Disperso em mim, está você.

Bruno Silva

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