
Apanhei a caneta das calças
E pensava em ti quando
Escrevi poemas
líquidos, sórdidos, pastosos.
O rijo objeto em minhas mãos,
A deixar rastros de uma tinta embranquecida
Viscosa e úmida,
Salivante.
E alimentando-te de poesia, doce e inodora
Afogavas na boca o falo das palavras
Armadas e em estado de atenção.
A tensão fiel da folha em branco,
Desnudando o prazer de te ter na minha
Boca,
Aturdida,
Com porosas sensações.
Escrevo um poema,
Da página e do chuveiro,
Oro e rogo ao dilema:
Se deixo guardado o que falo
Ou se permito escorrer pelo ralo.
(Bruno Silva, maio de 2014)
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