A queda e o salto

Flagro meus pensamentos conduzindo uma conversa com você. Sinto que cada palavra que vai se formando em minha boca não foi dita, porque eu a censurei. Havia esquecido desta sensação, de ter a palavra a amargar na boca. Parece uma banalidade eu ter os meus pensamentos e depois criticá-los duramente. Você me causou isso? Acho que não. Sempre tentamos escapar depositando a culpa em terceiros. Foi responsabilidade minha eu não ter dito mais nada. Foi uma escolha que eu enfrentei e recorri, me julgando forte o bastante para as consequências que viriam dela. Também fui o responsável por permitir que você entrasse no meu mundo, sem filtros, sem correções, natural diante do mundo.


Tomar as responsabilidades pelos acidentes que aconteceram depois, fez com que eu me apoderasse também das grandezas que vieram antes. Isto faz eu perceber que meu potencial não é para os acidentes, falhas e erro. Faz com que eu entenda que, sim, meu potencial é para coisas grandes, a queda e o salto. Foi eu quem decidi te aplicar um beijo enquanto você dormia. Mesmo você sorrindo involuntariamente, foi em quem decidi continuar o beijo. E até neste presente momento, sou eu quem percorre as teclas para redigir esta carta piegas que nunca será enviada. Isto me leva a crer que, para encerrar este ciclo de desconsolo, não tem outro sujeito melhor que a mim mesmo.

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