Lisboa é sussurro da história dos descobrimentos. A solidão vazante dos lisboetas se liquefaz nesta época do ano, natal e ano novo. A cidade vibra de estrangeiros e turistas, delatados sempre por seus enormes mapas empunhados debaixo dos braços e os nativos, inacreditavelmente, são muito bem receptivos a eles. Brasileiros estão aqui aos montes. Dobra-se uma esquina e se ouve música de todos os tipos – mas as brasileiras são as mais tocadas. Entre jazz e blues, o bairro alta é a corte boêmia deste império e por muito indicada como um dos mais românticos lugares pra se estar. E Belém, que paisagem linda, uma catedral de sonhos e fantasias – representa bem a grandeza e a derrocada do império lusitano. Os ingleses estão aos bocados também. Mas o tratamento dos lisboetas aos ingleses é excepcionalmente comum atualmente. Os alemães são os novos ingleses. Babados, mimados, queridos e amados. Até que a crise rompa este paradigma. Já tá em tempo dos alemães entenderem seus limites. Portugal quer respirar sozinha, tem uma costa oceânica suficiente para se comunicar com o mundo, como nos tempos antigos: desvendando novos mares. Já não há geograficamente tanto a se descobrir. O homem foi a lua. Provavelmente daqui a pouco vai preferir morar em marte a coabitar na Terra. Mas há hábitos novos e mais saudáveis a descobrir e acolher. Lisboa já tem esta faceta. De toda Portugal é a cidade mais oxigenada. A cultura ferve. Um caldeirão em vapor.
0 comentários:
Postar um comentário