Subir o Farol

farol_praia_da_concha 

Hoje eu não queria sentir nada disso,
queria ouvir uma música sem refrão
ver o sol no meio da madrugada
desligar todos os telefones, todos os aparelhos,
todos os pensamentos,
todas as lembranças,
um homem nú, sem memórias, perdido num horizonte qualquer.

Seja em Curitiba ou em qualquer lugar,
encontrar pessoas que nunca vi, na praia -
e sentir aquela conexão que sinto
e esquecer o celular mergulhado na areia
e pisar no mar. Beijar as sereias.
Subir no farol.
Ficar descalço.
Ir ao redor do farol, onde o mundo é minúsculo.
Sentar
olhar a onda assumindo sua beleza,
vê-la envolver pessoas quem não conheço,
porque tá muito longe, e não quero a nitidez dos óculos.
Jogar o óculos do alto do farol

E de lá de cima, a brisa trazer do céu
uma estação de radio que eu nunca ouvi
e escutar uma canção que ficará marcado em mim
e dormir
e sonhar
e acordar noutro pais,
num lugar gelado, onde as pessoas só andam de casacos
e bem próximas umas das outras
e um esbarrão gera uma multidão de sensações,
vira um contato imensamente íntimo.
E que seja de noite
e que num barzinho próximo toque um blues
e gente falando oh baby oh baby
e rindo
e amando
e antes dos créditos subir,
eu toque a língua na palma da mão,
quando fizer reação de surpresa,
e sentir um sal tropical na pele
e lembrar do dia em que eu só queria subir o farol.

09/06/11

1 comentários:

Marcelo Vinicius disse...

Isso acontece comigo, várias vezes! Retratou bem uma realidade! Parabéns!