Corre a letra no papel

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Vento,
espalhe-se na palha
dos meus pensamentos.
Reúne envolto de uma nuvem
fria, os meus lamentos.
E sacode a peneira fina dos
acordes entoados em
vã melodia pelos
seus e os meus inventos.

Lágrima escorre.
Corre.

Um punhado de letras a ferir
e a encastelar a brancura
de pedaços avulsos de papéis
picados;

Os censores estão soltos:
Seus pés batem com avidez
Na locomotiva de minhas ideias

Sons agudos.

Mãos sonolentas apalpam e pregam
no retalho de folha solta,
uns rabiscos.

Nasce a ideia em seus garranchos
e suas garras aparentam
o vigor silvestre de um menino
a correr o lápis no papel,
perseguindo, sem saber,
onde irá chegar.

2 comentários:

Lilian Negrini disse...

Escrever é caminha em uma estrada sem fim, relatando os fatos, rs. Adorei o post. Descreveu muito bem. Adorei

Bárbara disse...

Impressionante como a inspiração quase sempre está ligada à dor.